Os Mistérios De Petra, Na Jordânia

Sonho de todo viajante, Petra é uma jóia localizada a 235 km ao sul de Amã. A partir da capital da Jordânia, é possível chegar lá nos ônibus que saem diariamente às 6h30 da estação Abdali. Ou então por meio de passeios contratados em agências de turismo. A viagem dura quatro horas.

Petra ficou famosa por ter sido totalmente esculpida na face de rochas enormes pelos Nabateus, civilização árabe que se instalou ali há mais de 2.000 anos. O lugar era muito rico, pois ficava em um entroncamento comercial estratégico pelo qual passavam as rotas da seda e de especiarias, no caminho que ligava a China, a Índia e o sul da Arábia com o Egito, a Síria, a Grécia e Roma. Foi a influência das civilizações do norte que levaram os Nabateus a esculpirem de forma espetacular tumbas e templos grego-romanos nas enormes rochas de calcário rosado que se descortinam pela região.

Assim como Machu Picchu, no Peru, ou Chichén Itzà, no México, Petra é um sítio histórico fechado (e uma das sete maravilhas do mundo). A cidade que serve de base para a visita, Wadi Musa, é simples, pequena e forrada de hotéis de todos os níveis, lojas e restaurantes. Uma boa dica é passar uma noite repleta de mimos no Mövenpick Petra Hotel, o melhor da região, acordar cedo, por volta das 7h, e seguir a pé para o sitio histórico, cuja entrada fica a poucos metros de distância. Os tíquetes custam a partir de 50 dinares (cerca de R$ 230).

Uma vez dentro do complexo, é possível alugar cavalos (3 dinares de gorjeta, R$ 15) e charretes (20 dinares mais 5 de gorjeta, total de R$ 115) para fazer o trajeto a seguir, mas eu preferi ir a pé. Após passar por algumas tumbas e blocos enormes de pedra, muitos deles com formatos semelhantes a animais, alcança-se a entrada do siq, como é chamado o desfiladeiro com paredões de até 100 metros de altura, ora mais largos, ora bem estreitos. O caminho de 1,2 km é fascinante, com as rochas se exibindo em tons vermelhos, amarelos, pretos e brancos, fazendo curvas como se estivessem dançando.

A expectativa aumenta a cada passo até que, por uma fresta, avista-se o Al Khazneh, mais conhecido como Tesouro. Parece incrível, mas é a principal edificação de Petra que dá as boas-vindas ao visitante. Impecável, a fachada de 39 metros de altura por 25 de largura com colunas greco-romanas esculpidas na rocha mantém-se preservada até hoje, já que canais foram erguidos sobre as pedras para desviar as águas da chuva e impedir a erosão.

Além disso, Petra ficou “escondida” do ocidente desde o século 14, após seu declínio financeiro, até 1812, quando o explorador suíço Johann Ludwing convenceu o seu guia a levá-lo à “cidade perdida” e se fingiu de árabe para não ser impedido de prosseguir pelos beduínos que protegiam a região. Sábia decisão!

Depois de passar por um belíssimo teatro antigo, mirantes, templos, barracas que vendem lembrancinhas e um boado de dromedários, além de muitas, muitas tumbas, chega-se ao centro de visitantes, onde há dois restaurantes. Ali pertinho está a escadaria de mais de 800 degraus que leva até a segunda edificação mais importante da cidade: o Monastério, um impressionante templo de 50 metros de largura por 45 de altura, esculpido em um paredão.

A trilha é puxada, mas se não aguentar o pique, vá descansar no spa do hotel e deixe para encará-la no dia seguinte. Vale a pena, afinal, você chegou até Petra, o sonho de todo viajante.

 

Por Paulo Basso Jr.

Fonte: Rotas de Férias 

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